sexta-feira, 6 de julho de 2012

Mercado da Seda ou Como Afugentar seu Comprador Gringo


05 de julho: Ontem ficamos boa parte do dia por conta de comprar passagens, planejar o resto da viagem e isso deu muito trabalho. O plano inicial era ir ao Palácio de Verão, que o imperador era phyno e tinha uma casinha de uns 10 hectares para cada estação, mas acabou ficando tarde e fomos no Silk Market, que já foi originalmente onde se vendia seda mesmo, daí virou um amontoado de gente vendendo coisa de fazer a 25 de Março corar de modéstia e o governo decidiu organizar a bagunça em um predião com vários estandes um ao lado do outro por onde, se você tiver carinha de não oriental, vai ouvindo gritos desesperados no caminho. Eu acho que é o tal método coercitivo, tentam te convencer pelo medo. Porque vamos combinar, você vai lá e pergunta um precinho inocentemente e se você só estava curioso a mulherzinha vai atrás de você gritando: quanto você quer pagar? Eu quero vender isso para você!! Medinho...
Depois de toda essa imersão cultural no maravilhoso mundo dos negócios chineses resolvemos que era o suficiente por aquele dia e fomos a um pub com ar condicionado, wifi super rápido e cerveja gelada. Eu tive que convencer a Carol que não, não dava para ela morar lá que o chão não era lá muito limpo.
E por falar em sujeira, estava uma chuva torrencial na hora que saímos e eu queria me giletar por não estar com os meus tênis prateados lindos que eu gastei um tubo de spray impermeabilizante justamente para situações assim. É a vida.
04 Julho: Como eu não escrevi antes de ontem, vai aí um resuminho: fomos na Cidade Proibida, que era onde moravam os imperadores e agora tem uma foto do Mao Tse Tung na frente. Geral adora o Mao, tem imã de geladeira, trequinho pendurado no carro com foto dele, capa de caderno... E como tinha muitos chineses e poucos gringos um carinha achou super legal sacar o celular cor de rosa e enfiar nas nossas caras loiras para tirar uma fotinho.
Os chineses, dessa civilização tão antiga não são apegados a amenidades, como filas, por exemplo.Eles vão passando, vão entrando e você que saia do metrô ao mesmo tempo que eu quero entrar e boa. Depois dessa canseira fomos sentar em um dos bares em volta de um lago. Como se vê, a Carol é minha parceira de curar a canseira com cerveja e isso tem funcionado muito bem.

06 Julho (hoje). É eu sei que está fora de ordem, mas ser anacrônico é super muderrno. Hoje fomos nas Muralhas e é super bonito e tal, mas isso vocês podem ver nas fotos de um google qualquer. Legal são as historias e é por isso que estamos aqui. A gente decidiu que ir de excursão era chato e caro (tipo uns 45 reais a mais, oh meu deus!) e fomos seguindo o guia. Sentamos no ônibus e estávamos super em dúvida em onde descer porque obviamente tinha umas 3 estações com os nomes iguais quando eu vejo que o tiozinho que estava sentado atrás não tirava a fuça do nosso livro. Aí eu virei para ele e falei: quer olhar, olha! E ele começou a apontar e falar. Porque eu desenvolvi um método aqui na China, sabe? Eles olham para a minha cara e me perguntam coisas em chinês e eu respondo em português. Eles não são razoáveis, também não vou ser. Eu sei que o tiozinho no fim falou que a gente tinha que descer não sei onde e foi o que fizemos e lá já tinha vários outros tiozinhos com um folheto da muralha na mão ávidos pelo nosso dinheirinho. Eu fiquei morrendo de medo, fiquei me imaginando sendo assaltada no meio do nada da China, mas a Carol achou sussa e fomos de carro com ele. No fim o tiozinho era super gente boa, dentro dos limites do possível né, pessoal? Outra coisa que foi super ultra legal é que você sobe por um teleférico e dá aquele medinho e tal mas para descer OU você anda uma hora e meia de sobe e desce escada pela muralha ou desce por um tobogã com uns carrinhos, que foi o ponto alto do meu dia! Pegava a maior velocidade e a gente ia controlando com um freio, foi demais! Nisso já era de tarde e a gente não tinha almoçado, a Carol não tinha nem tomado café e eu tava achando que a bicha ia desfalecer, aí meio que entramos em um restaurante chinês perto do hostel por falta de opção melhor. A Carol sempre falava que a comida chinesa era ruim e eu falando que ela era implicante mas depois desse lugar eu aprendi a lição. É bem estranho mesmo. É um bom treino para Índia, como eu sempre digo a mim mesma.

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